domingo, 5 de fevereiro de 2017

                      
O trem passa e não  espera um segundo por quem  atrasou em  aproximar-se da estação,  as portas fecham-se e selam caminhos e seus destinos finais. No fileira lateral com fone no  ouvido, jeans desgastado, barba por fazer  o rapaz parece escutar a música que o desliga do mundo todo no volume adequado aos próprios pensamentos, já não parece fazer parte do mesmo lugar e instante. 
Se ele sonha ou rabisca circunstâncias rotineiras enquanto o trem segue seu curso? Dos seus sonhos foram feitos  grilhões, aparentava ter o próprio mundo dentro da mochila, que o pesava na caminhada. Ainda não provara do  gosto incomparável  de sonhar por sonhar,  em perder- se no tempo organizando futuros e instantes próximos só  por gosto em ser livre para decidir o momento  por vir. Os sonhos foram forjados de decisões imediatas que elimiram a possibilidade  de barganha. Não fosse desastroso seria no mínimo interessante a forma como os grilhões apenas tomaram formas mais distintas de assegurar servidão naquele rapaz. Ele parou duas   estações após o ponto de partida, despretensiosamente ele saltou do trem deixando o eco do que ouvia " You may say, I'm a dreamer But I'm not the only one". 


Paz no amor
Serenidade no caminhar
Todo santo dia.



 - Renata A. Lima